quarta-feira, 1 de abril de 2009

MAIÊUTICA

A contínua busca da verdade
O tão esperado encontro do homem, consigo mesmo,
O revelar de segredos que são nossos e tão ocultos de nós.

E ao nos olharmos, ao nos ouvirmos, ao nos buscarmos.
Percebemos que somos imagem e vulto, ou algumas vezes até sombra.

Somos muitos de outros e ainda assim estes outros também são muitos de nós.
Somos o desejo constante da inteireza, num convívio de auto-fragmento.

Então dividindo opiniões, organizando pensamentos,
Reestruturando afirmações, abandonando conceitos;
É que passamos a nos encontrar em outros e em nós.

Isolamo-nos e nos agrupamos,
Afirmamos depois nos interrogamos,
Nos perdemos para encontrarmo-nos,
E percebemos as lacunas do nosso ser.

E no afã de encontrar as respostas,
Concluímos que não temos perguntas
E sim que somos a maior das interrogações.

Dentro de nós, no recôndito do nosso ser
Iniciamos uma caçada ao tesouro,
Onde somos o mapa, o próprio tesouro,
A ilha tão segura em seus obstáculos mais reais,
E muitas vezes somos até mesmo os velhos piratas que nos quer saquear.

Somos o texto e a própria síntese,
O compositor, o cantor, o fã, a critica e depois o simples.

2 comentários:

Marília Moura disse...

Olá gente , sou estudante de Comunicação Social, Relações Públicas e gostei d+ desse texto de vocês ...

Quem lida com o público, seja de modo profissional, ou diariamente, sabe que, nosso comportamento é exatamente assim :
" Somos muitos de outros e ainda assim estes outros também são muitos de nós."
A moda, as tribos, os comportamentos; tudo é exatamente assim ! Deixamos um pouco de nós e levamos um pouco dos outros em simples dialogos, ou em palestras e congressos...
Não é ser cruel,deixar um pouco de sí...
Suavimente deixamos um pedaço de nós, seja de maneira doce ou azeda ...

Alunos do curso de Administração, 2º semestre da Faculdade Castro Alves disse...

A intenção do texto é mostrar a dedicação do filósofo Sócrates ao parto da ideias ( a maiêutica). Ele costumava parar o que quer que estivesse fazendo, para meditar sobre algum problema, ficando imóvel por algum tempo, conversando consigo mesmo e a ideia desse texto versificado é demonstrar o diálogo interno entre voçê e voçê mesmo ( o seu eu mais profundo), por para fora o seu pensamento (parir). Viaje nessa ideia Marília e leia mais sobre a figura "lendária" que foi Sócrates.
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